11 dezembro 2005

O Intervalo, a ponte e o nada


Entre as margens,
entre as vidas, há pontes
entre o ser e o viver...

Entre os ponteiros do relógio não há pontes.
Entre o perder e o realizar,
o viver e o existir.
Entre o acordar e o despertar,
o querer e o desejar.
Entre o pensar e o agir,
o sonhar e o existir.
Entre o ódio e a ação,
entre a dor e a paixão, há pontes.

Entre as margens.
Entre as margens há hesitação,
há corrupção.
Entre as margens há veneno.

Entre as marges há delírio,
há martírio.
Entre as margens há desencontro.

Entre as margens há urgência,
pra que a insanidade não consuma o ser
pra que a humanidade não corrompa o ter
pra que a ansiedade não corroa
pra que a falta de claridade não cegue
pra que a vida não cesse.

Que as pontes caiam
seguindo os passos da travessia.
Que as noites caiam também.
Que as pontes tenham prazo
pra que a vida se mova, ainda que aleatoriamente
e então possamos acreditar que o destino é feito a cada passo
a cada sorriso e a cada grito,
a cada toque... a cada atrito.
E que possamos descobrir que cada ponte foi um momento de morte
e que a nossa loucura nasceu e cresceu nesses intervalos
e que o controle saiu das nossas mãos
pois as decisões eram menos importantes
uma vez que a busca era interna...
...e que o destino estava dentro de nós.
Quero coragem pra ancorar meus pesadelos

07/10/2005

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