11 setembro 2005

Mano a mano


Portando imagens cruas
em nossas mentes dependentes
de uma dose violenta e ágil
de qualquer coisa fácil
de se obter nas ruas,
captamos versos ocasionais,
unindo verbos elementares
e substantivos triviais,
pra num gesto automático
de olhar cinematográfico
contemplarmos o neón do tráfego
sob o dínamo espacial
da noite industrial,
uivando as palavras cultas
com que contemplávamos
os predicados absurdos
de qualquer sujeito oculto
em cada um de nós,
mano a mano com a vida,
envoltos na ferrugem
de qualquer lembrança esquecida
nas canções desconhecidas
que sabemos de cor.
1991

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