29 março 2006

Refração


Somos o que sentimos
Somos tudo o que reverberamos
Somos tudo o que vive dentro de nós
Somos tudo o que tornamos realidade pela nossa percepção
Somos toda a potencialidade que existe à nossa volta
Somos a latência
Quem somos?

Somos o que dizemos
Somos o que pensamos
Somos nossos amos
Somos o que quer que façamos de nós mesmos
..."não importa o que fizeram de nós"
Somos o que quer que olhemos nos nossos espelhos
Somos o limite extremo dos nossos artelhos
somos os joelhos...somos a sentença
Fomos ausentes...somos a doença

Se a medida da certeza fosse a madrugada
eu não teria tempo...eu não veria nada
Se o sentido da saudade fosse a consciência
eu dormiria cedo...eu não teria alento
Se o segredo da passagem fosse mais estreito
eu viveria sóbrio...
e seria apenas um sopro de vento
e seria ameno e estaria atento
sem palavras
sem lamentos
sem verbo
sem sentimentos
livre
sem pensamentos
sem cor
sem questinamentos
sem sabor
sem ensimanentos
sem pontuação
sem lições
sem intenções
simples
sem fim

Nenhum comentário: