19 abril 2006

Oferenda


Entende que és livre
Não culpe ninguém pelo que fez, nem pelo que deixou de fazer
Tenha sempre as convicções à mesa
não tenha medo...não seja arrogante
Entenda que os caminhos foram uma escolha tua
e não responsabiliza ninguém pela tua tristeza...nem premia pela tua alegria
Não usa ninguém pra justificar teus atos
nem peça a alguém pra calçar teus sapatos
Seja simples...simplesmente viva...livremente pense

Não tente controlar...não presuma ser objeto de controle
Ninguém pode fazer nada parecido com isso
Você é, foi e sempre será o senhor(a) de sua vontade
Por isso, não aceite nem assuma o papel de vítima
Não crie algozes...
e se a vida te der mais do que pediste,
não adormeça em berço esplêndido
Lute
Não queira viver as glórias de teus parceiros
Não se satisfaça em ser um simples ornamento
Todos nós temos nossos talentos
todos nós nascemos com nossos intentos
Acredite em quem realmente te ama
Acredite em você
Tente contar uma nova versão do seu passado...
uma em que você mesmo(a) acredite
Tente apartar a emoção do teu brado
Tente encarar a realidade
Comece por assumir seus erros
Traga sua carga pra você
É só aceitando as nossas falhas que evitaremos cometê-las novamente
Nada, nem ninguém que era tão bom pode ficar tão mau
Use o espelho, mas mire-se com atenção
pronto pra ver o monstro...e apesar disso entender que o principe (ou a princesa) também existem
Somos a latência - temos tudo em nós mesmos
Seja feliz...
mas de forma verdadeira... completa
Para ser puro é preciso saber lavar-se em agua suja
Sorrir é fácil...
mas só você conhece realmente a tua alma
O eterno feliz é o bobo...
e há tantas cortes ao nosso redor
Mesmo a felicidade tem sua hora certa pra acontecer
Assim...seja realizado (a)
tenha momentos de felicidade
E pro mundo...e pro mundo?
Sua realização move o mundo
Seu propósito cria
Você devolve um pouco do que ganhou
e isso é suficiente pra te perpetuar
Viva pra sempre...
Coragem!

(mas me deixe em paz)

17 abril 2006

Derivações: Felicidade

Feliz o bobo, com tantas cortes ao redor.

06 abril 2006

Diálogos: De mim para ti

Os únicos erros que podemos pagar são aqueles que cometemos com as nossas próprias pernas.

05 abril 2006

Vertigem


Voa...voa....voa
Sobe alto e rasga esse pano azul
grita forte
abre o silêncio do medo
mostra o domínio do tempo
ama como se houvesse rede
e cai pra poder voltar a si
como se mergulhasse pra vida
como se fosse necessário lembrar que a solidão é inexorável

Canta...canta...canta
canta encantada e me inunda
dorme acordada e me invade
pra que quando houver amanhã
eu perceba que o ontem foi um preâmbulo desnecessário
e que o passado foi uma ilusão movediça e desprovida de senso
pois o perdão da nossa loucura ficou sem tempo
e a saudade do nosso encontro ficou sem plano
solta...ancorada na minha concepção mais ínfima
morta...sepultada na minha digressão mais íntima...lívida

Pede...pede...pede
pra que esse instante seja intocado
pra que esse espanto seja infundado
pra que esse toque seja evitado
e que a nossa ausência seja esquecida
do mesmo jeito que apareceu
do nada
pro nada

Não lamenta pela falta de coragem
as portas do possível se abrem a cada segundo
e tudo o que não foi é morte
Não ostenta pelo excesso de saúde
a sentença será executada sem aviso prévio
e a perplexidade será maior nos olhos que assistem que nos que apagam

Olharei pra cima na noite,
buscando a tua direção
Meus oceanos não tem mais bordas
e minha bússola perdeu o sentido do meu caminho
Sopra minhas velas e me leva pra casa
mas não apaga o meu fogo
não antes de queimar todos os meus pecados
não antes de velar todos os meus segredos
não antes de secar todos os meus presságios

Não interpreta minhas palavras
O buraco que ficou é inexpressável
e as entrelinhas são sujas
A saudade que lateja é suportável
e a existência insípida
Mas os cavalos continuam à frente
como se uma guerra fosse irromper
E eu evito olhar pra trás
e me descolo do meu passado...
acreditando que possa me reinventar
aceitando o novo que insiste em soprar
te procurando sempre...pra poder continuar
e iludindo a mente que aqui busca se encontrar
Se meus escritos tivessem endereço...
se meu sossego tivesse preço...